terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

“Não me passa pela cabeça sair do Porto”

Reinaldo Ventura, jogador de Hóquei em Patins do Porto, fala da sua sua carreira, do sexto lugar conquistado no Mundial e dos seus projectos futuros.

Como é que é jogar num clube como o Porto?

É gratificante, porque estamos a jogar no maior clube português de hóquei. É conseguirmos fazer aquilo que gostamos, num grande clube, que nos dá todas as condições e nós também temos todas as condições para dar tudo aquilo que sabemos ao clube.

E como é viver a conquista do hexacampeonato?


É muito bom! É conseguir ficar na História, tanto do hóquei português, como do hóquei portista. Conseguimos algo que nunca foi conseguido antes e isso é um sonho tornado realidade.

E o hepta? Está no pensamento?

Está a caminho!! (risos) Estamos a tratar disso. Acho que estamos a tentar tudo para o conseguir e no que depender de nós...

Não se sente mais “longe” do clube por estar a jogar fora do Dragão?

Não posso dizer que é a mesma coisa jogar cá, porque não é, como é lógico. Jogar perto do núcleo do Porto é completamente diferente de jogar fora. Fomos muito bem recebidos aqui em Fânzeres, não nos podemos queixar, mas já se sabe que é sempre diferente jogar em casa.

E o público? Acha que apoia realmente a equipa?

Sim! É como eu digo, daqui não nos podemos queixar, porque em termos de condições, em termos de apoio, nunca nos faltou nada. Mas nós temos a experiência do Américo de Sá, em que tínhamos sempre o pavilhão praticamente cheio em todos os jogos e é lógico que temos essa saudade, essa vontade de experimentar o pavilhão novo.

Para si, quais são os melhores clubes do mundo?

Em hóquei, o Porto e o Barcelona, sem dúvida!

Iria jogar para o Barcelona, se surgisse a oportunidade?

(risos) É sempre uma situação a pensar. Mas neste momento é difícil... Eu vou fazer 30 anos, já estou no clube há 18, por isso, na minha opinião, não me passa pela cabeça ir tão cedo, nem sair sequer neste momento.

Que balanço faz da prestação de Portugal no Mundial?

Não foi a melhor prestação. Fizémos tudo para ficar no melhor lugar possível, para ganhar o título, mas não conseguimos... Houve várias situações que correram mal e nós só temos que tirar as ilacções possíveis para isto não voltar a acontecer. Tenho pena de fazer parte da pior classificação de sempre, mas nem tudo pode correr bem, paciência...

Mas também já esteve na melhor...

Sim, mas também tive na pior... É como digo, nem tudo pode correr bem...

Não acha que o facto da equipa ser bastante jovem, dá bastante imaturidade à equipa para jogar num Mundial?

Dá. Eu acho que fazer experiências no Mundial não é o melhor que se pode fazer. Tem que se fazer uma renovação, isso será inevitável. Mas uma renovação só é feita quando os valores jovens são melhores que os valores menos jovens, o que neste caso não aconteceu. Mas isso são opções técnicas e eu só tenho que as aceitar. Fui para lá fazer o melhor possível e olha...

Então, para si, qual foi a melhor equipa do Mundial?
A Espanha, sem dúvida.

Mas por ter ganho ou por tudo?


Por tudo. Também por ter ganho. Mas, na minha opinião, é a melhor equipa.

E o que é que há a mudar para o próximo Mundial?

Ai, isso...(risos) Para já vai mudar o treinador! (risos) Há muitas coisas que terão que mudar. Mas como já te disse, não posso ser eu a dizer o que é que vai mudar, nem o que é que não vai mudar, isso é lógico. Nós só temos é que ser convocados e ir para lá tentar fazer o melhor que soubermos. E irmos de consciência tranquila é o melhor que podemos fazer.

Qual é a sensação de ter sido um dos melhores marcadores do Mundial?

É boa! Isso não é um objectivo, pelo menos para mim. Nunca é, nunca foi, nem nunca será. O meu objectivo é sempre ganhar, porque eu gosto muito de ganhar! (risos) E se conseguir ser o melhor marcador ou o segundo melhor... Mas nem sequer penso nisso quando vou para lá. O que é que adianta ter sido o segundo melhor marcador se ficamos em sexto? Eu penso um pouco assim e não me soube a nada, sinceramente.

Sente-se um jogador que serve de inspiração para os mais jovens?

Eu tenho a noção que, normalmente, os miúdos seguem um pouco aquilo que os séniores fazem, seguem os jogadores dos clubes que gostam, os jogadores da Selecção, na qual eu me incluo,... Tenho noção disso e tento fazer tudo para que os miúdos também sigam um pouco aquilo que eu faço. Tento ter atitudes correctas, não fazer coisas que não devo, a jogar como é lógico! (risos) E é lógico que sou um exemplo.

E como é que um benfiquista vira admirador do Porto?

(risos) Eu infelizmente fui benfiquista por influência dos meus pais. Felizmente, abri os olhos a tempo! (risos) Vim jogar para o Porto muito cedo, com 12 anos, e por muito que não se queira, estar neste clube e não o amar é muito complicado. E quem passou por cá sabe bem isso...

Então pode-se de dizer que ama o Porto?

Completamente!

E que recordações traz do Hóquei Clube de Paço de Rei?

O Paço de Rei foi...foi uma passagem muito ténue de lá, porque o meu padrinho, na altura, era treinador. Foi o meu padrinho, juntamente com os meus pais, que me incutiram este amor que eu tenho pelo hóquei. O meu padrinho era um “eterno apaixonado”, era o treinador, fazia de tudo! Era mecênico, era massagista,... (risos) Fazia de tudo, porque na altura era um pouco assim. E a recordação que eu trago do Paço de Rei é mesmo de seguir o meu padrinho. É mais uma recordação familiar.

Como é jogar ao lado do seu ídolo Tó Neves?

O que eu costumo dizer é que o Tó, para mim, é como um “padrinho”. Foi aquela pessoa que... Como a pergunta de há pouco, das crianças gostarem dos ídolos, dos mais velhos que jogam,... E eu tinha esse ídolo, que era o Tó. Depois de o conhecer, passei a admirá-lo ainda mais, porque ele é uma pessoa “fora do normal”, com umas características fantásticas, tanto como pessoa, como jogador. E eu só tinha que aprender com ele e foi o que eu mais tentei. Absorvia tudo o que ele me dava e tudo o que me dizia e fui juntando as coisas e, felizmente, correu bem.

O que lhe diz “Bassano”?
(risos) Diz-me muito dinheiro!! (risos) Não, o Bassano foi uma hipótese na minha carreira que, eu não posso mentir, vacilei muito. Mas é passado. (risos)

E qual foi uma das situções mais caricatas que lhe aconteceu?

Hum, eu acho que a minha carreira é muito normalzinha! (risos) Não me lembro assim de nada... Quer dizer, a situação mais estranha que já tive foi na altura que era júnior ou juvenil do Porto, já não me lembro bem, e fomos jogar à Póvoa do Varzim. Na altura eu não tinha carro e o meu pai levou-me e eu esqueci-me dos patins em casa! É complicado jogar assim (risos) e tive que pedir lá uns patins emprestados lá a um jogador do Póvoa do Varzim. Eu na altura calçava 39 e o senhor calçava 44. (risos) E eu joguei com umas botas 44! Foi um bocado estranho e complicado, mas lá se arranjou. (risos)

Tem contrato com o Porto até 2008. Já recebeu alguma proposta de outro clube?

Não, para já não. Porque, normalmente, no hóquei, a partir do Natal é que se começa a pensar na próxima época. Provavelmente no próximo mês, ou mais um, dois meses, já terei uma noção daquilo que vai acontecer. Mas é muito complicado que sair do Porto neste momento.

Qual é o balanço que faz da sua carreira?

Tem sido, na minha opinião, mas também sou um bocado suspeito, não é? (risos) Tem sido uma carreira engraçada. Já ganhei quase tudo o que podia ter ganho, falta-me a Liga dos Campeões, mas hei-de ganhar! (risos) De resto, tenho ganho muitos campeonatos, taças, supertaças,... É o que eu digo, na minha opinião, tem sido uma boa carreira, da qual eu me orgulho.

E como é que vê o seu futuro?

Espero que continue a ganhar mais taças e mais campeonatos! (risos) Só espero não fazer nada que estrague a minha carreira. Quero continuar a fazer uma boa carreira, da qual eu me possa orgulhar.

Um dragão no Dragão

É dia de jogo no Estádio do Dragão. Vive-se o ambiente de derby na cidade Invicta. O campeão Nacional, o Futebol Clube do Porto, defronta o Leixões na 8ª jornada da SuperLiga.


Ao início da tarde, há pouco movimento em torno de Estádio. Como é dia de semana e a maioria das pessoas trabalha, poucas são as que vão cedo para a "arena de jogo". Só se vêem praticamente Polícias.

As grades que definem as entradas já estão colocadas. Os primeiros elementos da claque oficial do Porto, os Super Dragões (SD), chegam e começam a vender alguns bilhetes. Enquanto isso, pessoas especializadas dão os últimos retoques dentro do Estádio. Cá fora, seguranças verificam os portões que definem o acesso dos adeptos às bancadas, onde são registados os bilhetes.

Com o passar do tempo aumenta o dispositivo policial, onde muitos polícias estão à paisana, para que passem despercebidos.

A meio do dia, alguns membros dos Super reúnem-se, aguardando a chegada do líder Fernando Madureira, mais conhecido por "Macaco".

Perto das 16h 30m, o "Macaco" chega e começa a venda dos seus bilhetes. Segundo o próprio, foram pedidos "para este jogo 110 bilhetes, num sector que tem cerca de 2600 lugares", entre os quais 600 são para sócios. "O número pedido depende muito da importância do jogo, mas a média é de 1000 bilhetes".

Até o "Animal" já espera a hora do jogo. Conhecido por estar onde as câmaras estão, este "ícone" do clube foi dos primeiros a chegar.

No "Porta 29", o café do estádio, começa a aumentar o movimento. A venda dos ingressos é muito rápida. "Macaco, arranja aí 8 bilhetes!", "Para mim são 22!". Cada um pede os necessários e, na maioria dos casos, são líderes dos núcleos que querem vender aos seus associados. A claque é constituída por núcleos, que têm o nome de zonas da cidade (como Ribeira, Aleixo, entre outros) e de certas cidades do país, como Amarante, Vila Real, etc.

O telefone do "Macaco" não pára de tocar. Ouve-se sempre a mesma coisa: "(...) no «Porta 29»" , "10 euros... 'tá, até já". E sempre que o pousa, lá toca ele outra vez.

Duas horas antes do jogo, os primeiros adeptos começam a aparecer. Muitos vão à Loja Azul para passar o tempo. Começam-se a ver os primeiros "Stwards", os seguranças de serviço, e há um grande reforço da Polícia de Segurança Pública (PSP). Como as grades já foram fechadas, os adeptos que chegam só se aproximam da zona envolvente do campo de futebol se já tiverem bilhete e depois de terem sido devidamente revistados. Os que não têm ficam na enorme fila das Bilheteiras à espera de comprar.

Como precisa de se ausentar, o "Macaco" pede a um dos seus amigos que está no "Porta 29" para ficar no seu lugar na venda de bilhetes. Entretanto, Sandra, a esposa do líder, chega e é ela que começa a tratar de tudo. Quando o Nando, como muitos lhe chamam, regressa, continuam em conjunto as vendas.

"Davidão" é um dos adeptos que mais fala e, sempre que isso acontece, mostra a crença que tem em Deu7s. Até diz que "as nuvens de gelo fui eu que pedi!". Eram essas "nuvens" que ajudavam a passar o tempo, porque muitos se divertiam a falar disso e de outras histórias que David conta. Muitos consideram-nas "mirabolantes" e, por isso, se divertem tanto.

Fazem-se apostas quanto ao resultado. O 2-0 chega para a maioria, mas "Davidão" vai mais longe e acredita que é Lisandro que marca um dos golos.

O "Animal" chega ao café e exibe, orgulhoso, o seu bilhete. "Oh, já tenho bilhete!! vês, vês, já tenho bilhete!!", diz enquanto mostra a toda a gente. Todos se riem e continuam as conversas que estavam a ter. O tema principal é futebol, nomeadamente os lences do jogo do Benfica. Outro líder, Rui Teixeira, chega, mas ai fim de 5 minutos vai-se embora.

Falta uma hora para o jogo começar. Enquanto os Stwards isolam a área reservada aos visitante, os primeiros adeptos do Porto começam a entrar no Estádio. Vestidos a rigor, sorriem e falam na confiança que tÊm numa vitória azul e branca. No meio da mancha azul, vê-se uma família de vermelho. Eram os primeiros apoiantes do Leixões. Pai, mãe e filho dirigem-se para a porta número 6, exibindo cachecóis da equipa de Matosinhos.

Para se aquecerem na noite gelada, a maioria dos Portistas sai da Loja Azul envergando cachecóis do seu clube. Junto ao relvado, as faixas da claque são colocadas.

No "Porta 29" a confusão é total. Uns querem comer, outros correm para a compra de bilhetes, outros querem simplesmente fugir do frio. Lá fora vêem-se as árvores de taç maneira que nem dá vontade de sair.

Eis que, de repente, entra um grupo de Africanos. Fica toda a gente a olhar. Com o seu sotaque característico perguntam à Sandra se é a chefe de uma associação. Ela ri-se e diz que não.

Sem ninguém contar, à entrada do café começa-se a ouvir música. É o grupo da tal associação que anima os assistentes do jogo. Enquanto isso, outra parte do grupo distribui panfletos que apelam ao fim do racismo.

Faltam 15 minutos para as 19h 45m. O jogo está prestes a começar. O "Macaco" dá os bilhetes a um último grupo de jovens e, juntos, vão para dentro de Estádio. Sandra fica no café a vender os últimos ingressos.

Mal se passa os portões, a emoção começa a aumentar. O nervosismo que antecede o jogo começa a aparecer. O líder dos SD percorre a bancada Sul para verificar tudo. Dois conjuntos de megafones já estão postos em locais estratégicos para que toda a gente possa ouvir o que o Nando diz.

Continuam a entrar pessoas, num estádio que está longe de estar cheio. Na bancada Norte, cerca de 500 adeptos leixonenses torcem pela sua equipa.

Os jogadores "azuis e brancos" fazem o aquecimento, rematando à baliza. Como não há rede a proteger as bancadas, a bola acerta sempre em alguém. Um adepto que está distraído leva uma "bolada" de Lucho González. Todos se riem dele.

A equipa sai para os balneários, e é então que nos ecrãs gigantes é apresentada a equipa titular de ambos os clubes. As maiores ovações são para Helton, Lisandro López e Ricardo Quaresma. Os Super dão os últimos retoques e como não é permitido levar ferros para dentro do estádio por causa da segurança, são aproveitadas canas de pesca para que as bendeiras possam ser erguidas.


O líder dos Super põe-se em cima do muro, de costas para o campo, com o microfone que está ligado aos megafones. Mesmo no9 centro das bancadas, começa a puxar pela claque. As vozes dos mais de mil Super Dragões começam a aquecer e as mão, que estavam geladas, também.

As três equipas entram em campo. Ambas as claques exibem bandeiras e estandartes, cantando pela sua equipa.

O árbitro dá o apito inicial. Ouve-se por todo o estádio as vozes dos apoiantes do Porto, que cantam entusiasmados "Allez Porto Allez".

Logo aos 2 minutos de jogo, há uma falta no lado direito do ataque portista. Os primeiros assobios fazem-se ouvir, por causa da violência da entrada sobre o jogador da equipa dos dragões. Numa espécie de "canto curto", Quaresma faz um cruzamento para a área. Apesar de ter falhado, a equipa azul e branca ataca e isso agrada todos os adeptos portistas, que continuam a gritar pelo seu clube.

Aos 6 minutos de jogo, surge o primeiro golo. Sob o olhar atento de mais de 36 mil pessoas, Lisandro López marca. De pé, todos saltam e festejam, tendo estampado na cara sorrisos que mostram a felicidade. "Davidão" agradece a Deus, completamente orgulhoso de si próprio, depois de ter visto que mais uma das suas premonições tinha sido realizada. Enquanto isso, os Super agradecem ao marcador do golo, entoando cânticos com o seu nome.


Três minutos depois, o marroquino Tarik Sektioui volta a levantar o estádio, ao marcar o segundo golo da equipa da casa. Mais uma vez todos gritam, saltam, mostram o orgulho que têm em ser dragões.

Os SD calam-se um pouco e é então que se ouve os apoiantes do Leixões. Para mostrar que a casa é deles e que estão em maioria, os Super entoam a música que os adversários cantam, adaptando ao seu clube.

Já estamos a meio da primeira parte. O ritmo de jogo baixou, mas nem por isso o líder "Macaco" deixa os seus pupilo baixarem o tom de voz. É então que começam a cantar músicas dedicadas aos jogadores. Lucho González, Lisandro López e Quaresma são alguns nomes que merecem destaque. Rui Moreira, comentador de televisão e um famoso adepto portista aparece nos ecrãs.

"Davidão" grita efusivo para dentro das quatro linhas. Age como um verdadeiro "treinador" que manda a equipa atacar. É como se tivesse a sua própria estratégia.

Finalmente o intervalo. Uns aproximam-se de "Macaco", outros sentam-se a decansar, outros vão ao Bar comer.

O líder afirma que a primeira parte foi "boa" já que o "Porto entrou muito bem, mas depois do segundo golo baixou o ritmo, 'tá só a controlar o jogo".
O grupo que já se tinha feito ouvir frente ao "Porta 29" ouve-se agora dentro do estádio. Destacam-se na bancada Norte por estarem todos de branco. São quem anima os adeptos durante o tempo de descanso.

Mal se vêem os jogadores a aparecer, as primeiras pessoas levantam-se. Os membros da claque saúdam Helton, o uarda-redes do FCP, que na segunda parte defende a baliza mais próxima dos Super.

Enquanto uns vibram e vêem o jogo, outros, comoos Stwards, são obrigados a assegurar que não há violência, por isso ficam o tempo todo de costas para o jogo, observando cada movimento da claque, que é conhecida pelos seus actos violentos.

Ao minuto 70 de jogo, Lucho é substituído. É, então, que se ouve uma das maiores ovações da noite. Todos os "tripeiros", como são conhecidos pelos adversários, gritam pelo jogador, mostrando apoio e confiança.

O Leixões ataca. Sente-se o receio em torno dos adeptos portistas, embora continuem a entoar cânticos de apoio ao FCPorto. Mas estes ficam mais descansados com o terceiro golo do jogo, um "bis" de Lisandro. É então que, efusivamente, cantam por muitos jogadores, como o "Harry Potter" (Quaresma), Raúl Meireles, o estreante Bolati, sem esquecer o presidente do clube, Jorge Nuno Pinto da Costa.

A euforia é tal, que os Super puxam pelo resto de estádio, dizendo "Porto", sendo seguidos pelos restantes adeptos.Num curto espaço de tempo, 36500 pessoas gritam numa só voz o nemo do clube que apoiam. É então que ninguém se apercebe do frio, de tal forma que berram.

Não só orgulhosos do seu clube, mas também da sua cidade, os Super Dragões cantam em uníssono "é a pronúncia do Norte, somos o povo mais forte", erguendo bandeiras e cachecóis.
Três minutos depois dos 90, o árbitro Rui Costa dá por terminada a partida. Visivelmente feliz, "Macaco" faz o seu próprio "julgamento", dizendo que foi um "bom jogo. Jogámos bem.Ganhámos 3-0. Acho que se o Porto apertasse mais um bocadinho podia ter marcado mais um ou dois golos." A sua opinião é a mesma que a dos retsantes adeptos, que sublinham que "foi um resultado bom na caminhada para o título".

As bancadas esvaziam-se num ápice. A claque retira as faixas e sai do estádio. As luzes apagam-se. Fecham-se as últimas portas.

"Sair para qualquer sítio do mundo é dar um passo ao lado ou atrás"

Desde muito jovem que está em Portugal. É um jogador de hóquei em Patins que delicia os fãs com a sua agilidade. Depois de ter sido acusado de doping, Emanuel García diz ter uma carreira pela frente e que esse facto não o afectou.


Como é que é jogar num clube como o Porto?
É, sobretudo, uma responsabilidade muito grande, porque passaram grandes atletas, grandes nomes, grandes pessoas por cá e é da nossa responsabilidade continuarmos a fazer com que este clube seja grande e continuarmos a ganhar títulos. Portanto, é, sobretudo, uma grande responsabilidade. Mas também, dado isto, faz com que seja um grande prazer jogar neste clube porque conseguimos sempre óptimos resultados.


Jogar com pessoas como, por exemplo, com Reinaldo Ventura, Tó Neves... São pessoas com quem se aprende muito?

Sim, foram gerações diferentes... Tive a sorte de estar aqui ainda com o Tó Neves, Paulo Alves, Pedro Alves e grandes jogadores históricos da modalidade que ganharam muito pelo Porto e por Portugal. E depois com uma nova geração de jogadores como foi o Filipe Santos, o Reinaldo Ventura, e como serão os novos rapazes que nós temos cá. Com todos eles aprendes coisas diferentes, embora isto também seja recíproco... Nós aprendemos com eles, eles aprendem as nossas coisas... É uma situação que nós achamos perfeitamente normal, mas que vai acontecendo no dia-a-dia.

Quando é que surgiu a oportunidade de vir para o Porto?
Isto foi há aproximadamente 9 anos que nós fizemos...há 10 anos! Há 10 anos atrás fiz com a minha equipa argentina uma digressão pela Europa e viemos fazer um torneiro ao Porto. O torneio correu muito bem, e fui convidado para vir cá para o Porto. Tudo começou porque no tal torneio nós ficamos em casa dos rapazes do Porto, portanto, ficámos na família dos jogadores. E na família que eu fiquei fui muito bem tratado, gostei muito da cidade, do clube,... E convidaram-me a passar férias. Então, no ano seguinte, arranjamos os papéis todos para poder jogar no Porto. Foi assim que joguei nos Juvenis, naquele ano, e correu tudo às mil maravilhas. Dessa forma, o Porto ofereceu-me um contrato de 3 anos para eu vir para aqui e aceitei! Nos dois primeiros anos fazia meio-ano cá em Portugal e meio-ano na Argentina para acabar o 11º e o 12º. E mal acabei o 12º, já vim de vez para a faculdade e para o Porto.


E pretende ficar cá quantos anos? Bastantes, ou...

Já passaram, desde que estou cá... já vão uns 9 anos. Já tirei o meu curso cá, fiz uma pós-graduação, estou a fazer um mestrado, tenho o meu emprego, a minha empresa, duas casas (risos). Pronto, tenho muita coisa por aqui e, se calhar, é difícil abdicar de tudo por uma incerteza que será voltar à Argentina ou por uma incerteza que será ir jogar para fora. O que esteve próximo de acontecer no final da época passada, mas acabei por ficar por aqui.


Mas tem ambição de jogar noutro clube?
Não... Acho que depois de jogar no Porto... Sou sincero, acima do Porto, só tens o Barcelona. Sair para qualquer sítio do mundo é dar um passo ao lado ou atrás. Para a frente só se for para o Barcelona. Mas não é....


...Mas se surgir a oportunidade?
Eu acho que se surgir a oportunidade, será uma coisa para ter muito em conta, mesmo muito em conta! Agora, não é uma coisa que me tire o sono e não é um sonho para mim jogar para o Barcelona. Não passa por aí, nem de longe, nem de perto. Agora se tem clube que eu gostasse de jogar para além do Futebol Clube do Porto, será no Barcelona, com certeza.


Como é que surgiu essa paixão pelo hóquei?

Na minha terra, San Juan, na Argentina, uma cidade que, embora pequenina, com 500 mil habitantes, tem, aproximadamente, 15 equipas de hóquei, 15 clubes. O hóquei é um desporto muito popular e é normal que os rapazes com 3 / 4 anos comecem a patinar, comecem a afinar os seus clubes, para poderem começar a treinar e, no futuro, poderem jogar hóquei. Foi assim que tudo começou, de muito novo. E a partir do momento em que comecei a fazer uma coisa e a gostar e os amigos e tal...é fácil gostar de um desporto, seja hóquei, seja râguebi, seja andebol, seja o que for.


E de todos os clubes que já jogou, qual foi aquele que mais o marcou?
Eu joguei, na minha carreira, só no meu clube da Argentina e aqui, no Futebol Clube do Porto. Tive uma passagem de 6 meses pelo Hóquei de Cambra, por uma razão: eles estavam a descer de divisão, buscaram um par de reforços, eu ainda era júnior e o Futebol Clube do Porto emprestou-me como júnior para ir para lá. Soube às mil maravilhas. Marcou-me muito essa passagem pelo Cambra, porque me fez acreditar no que eu podia vir a dar como atleta Sénior, como júnior era uma certeza, era um dos melhores juniores do mundo, agora como sénior fez-me acreditar que eu realmente podia vir fazer alguma coisa boa para o hóquei. O Porto marca-me porque eu ganhei tudo o que há para ganhar em Portugal, onde batemos o recorde histórico de títulos ganhos, que são 6, antigamente eram 5, e também pertencia ao Futebol Clube do Porto e ao Paço d’Arcos. Nós atingimos o máximo e fiz parte dos 6 títulos, por isso também me marca muito. E é o clube onde eu nasci, o clube onde comecei a jogar... Com certeza também é um dos clubes que me marca bastante.


E principalmente o Hexa, que foi algo inédito em Portugal, foi um título que o marcou muito? Gostou de viver esses momentos? Porque, afinal de contas, para tão jovem, tem muitos títulos na sua carreira...
Sim, por sorte... por sorte são bastantes! Esperemos que continue a somar... Mas, sou-te sincero, nós estamos, e isso às vezes é mau, estamos habituados, tanto nós como a gente, estão habituados a que ganhemos. E, inconscientemente, nós já não vivemos da mesma forma como quando fomos campeões, ou bicampeões, ou tricampeões. A partir de uma certa altura nós, inconscientemente, já vemos aquilo por “obrigação”, não como uma coisa que, mais cedo ou mais tarde, pode vir a acontecer. E isso é mau. Isso é mau porque às vezes nos “desleixamos” um bocado... Mas sou sincero no que acabamos por sentir no final dos campeonatos. Acabamos por sentir: “Pronto, já está feito. Mais uma vez. Vamos lutar pelo próximo...” e acabamos por não viver aquele momento como se “desejássemos”. Basicamente, acaba por se fazer o costume...


E acha que o hóquei é uma modalidade apreciada em Portugal?

Muito, muito!... Acho que, apesar de ter havido uns inconvenientes com a televisão e a Federação, onde o hóquei tinha pouca divulgação, nomeadamente nos últimos 2 anos, mas que agora já começou outra vez em força. O hóquei é um desporto que deu muito aos portugueses, os portugueses gostam muito da modalidade. E terá que ser feito, do ponto de vista da Federação, televisão e clubes, terá que ser feito um trabalho mais em consciência para tentar que a modalidade seja mais divulgada, porque não há dúvidas que tanto em Portugal, como em Angola, como em países lusófonos, este é um desporto que muita gente gosta, não há dúvidas disso!...

Já fala bem português. Como foi a sua integração neste país?
Por acaso correu tudo muito bem, não senti grandes dificuldades, mas tive saudades da família,... Coisas perfeitamente normais da idade e também da vida! Mas correu muito bem, fui sempre muito bem pelos meus colegas, nunca tive problemas com ninguém, esta é uma cidade que não tem grandes diferenças culturais com a minha cidade na Argentina. É tudo muito similar e, nesse ponto de vista, não tive grandes problemas. A língua não foi um grande obstáculo. Nos primeiros tempos, claro que custou mais um bocadinho, mas sempre tentei integrar-me, de aprender, informar-me... O facto de ser estudante, ter lido o português e de ter tido tantos anos de português, ido às aulas, de ter ouvido professores com uma linguagem já mais académica, também fez com que consiga aprender um determinado vocabulário, determinadas frases que se não o tivesse feito, tivesse aprendido normalmente, como qualquer pessoa,... Por isso acabou por ser relativamente fácil.


Como é que é um dia-a-dia de um jogador de hóquei?
De um jogador de hóquei? Não será bem o meu caso...O meu caso é mais uma excepção à regra, porque a minha vida começa às 9 da manhã, às 9 e 30 vou para o Futebol Clube do Porto, eu trabalho na direcção financeira, e estou aí até às 6 da tarde. Às 6 e 30 venho para o treino e estou aqui (Pavilhão de Fânzeres) das 6 e 30 às 8 e 30. Depois do treino, vou jantar e vou visitar clientes – eu tenho uma empresa de produção e distribuição de vinhos –, e vou tratar de coisas relacionadas com o vinho. É principalmente essa a forma que acontece na maior parte dos dias. Embora seja cansativo, dá-te um certo gozo porque acabas por fazer as coisas que gostas, embora não seja só por isso, mas também porque acabas por cumprir com as tuas responsabilidades de uma forma séria e não deixas as coisas ficarem para trás, e isso é bom.


E tempo para a vida pessoal?
Tenho, tenho. A tal situação de tratar dos vinhos, eu trato alguns clientes com alguma amizade. Conheço, acabo por ter óptimas relações... Eu sinto-me à vontade, desfruto dos momentos que estou à noite num restaurante, no café, num bar, seja como for. Portanto, trabalhamos a descontrair e se pudermos fazemos as duas coisas ao mesmo tempo.


E quando foi acusado de doping, sentiu o carinho, o apoio do público e mesmo do clube?
Sim. Isso foi uma situação da qual eu estive completamente inocente. Sempre foi essa a situação que nós tentámos demonstrar e conseguimos mostrar: fiquei ilibado. Foi uma situação perfeitamente normal, que pode acontecer-me a mim, como a qualquer um. E está provado cientificamente que tal pode, efectivamente, acontecer. Por isso estive sempre com os colegas e o clube do meu lado. Eles conhecem-me, sabiam como sou, sabiam o que se tinha passado, eu não ocultei nada. Sabíamos perfeitamente de onde podia ter vindo o problema e pelo ponto de vista do clube, o apoio foi total e incondicional. Do ponto de vista de colegas, foi exactamente igual. Os sócios do Porto e a massa associativa, não tenho nada a dizer, foram óptimos e é como te digo, foi uma situação bastante complicada, mas também não quis pensar muito nisso. Sou uma pessoa psicologicamente apta e bastante forte e para mim, não se passou “nada”. Foi um tempo que tive separado. Teve de ser, mas não se passou “nada”. Ficou aí, morreu aí e pronto, vamos para a “próxima”.


O que é que o marcou positiva e negativamente até hoje?
Como te digo, não se trata de ver isto no dia-a-dia, mas trata-se de ver que o mal que aconteceu fica por lá e vamos viver coisas novas. Positivamente? Eu acho que cada título que nós ganhámos no Porto marca-te positivamente, e decides ficar mais 2 anos, mais 3 anos neste clube, porque gostas disto, porque estás à vontade, porque as tuas condições cá são boas e porque te valorizam para ficares cá. Isso são coisas que, ao longo do tempo, vão marcando-te positivamente, porque sabes que o que tu fazes é recompensado, é valorizado e que tens realmente valor para estar aqui. Negativamente? Tenho tido sorte, porque resultados que o Futebol Clube do Porto tem tido nos últimos anos. E não tenho grandes coisas para apontar negativamente. Acho que tenho tido sorte de ainda não ter sido marcado com uma grande desilusão no desporto.

Como é que vê a sua carreira de uma forma geral? Tanto no passado, como no futuro?
Eu acho que, como todas as carreiras de qualquer jogador de hóquei – e eu só tenho 24 anos, fiz agora em Julho – tenho ainda muitos anos pela frente, muitos anos para aprender, muitos anos para amadurecer como jogador e acho que está tudo a correr bem, está tudo a correr como planeado, tenho tido muito apoio por parte do clube. E também tenho correspondido dentro do campo ao apoio e a esses desejos de ganhar que todos têm. Acho que no dia-a-dia temos feito as coisas bastante bem e isso deixa-me bastante confortável.


"Esta geração dedica-se mais à violência do que a apoiar o clube"

Quatorze anos depois, um membro dos Super Dragões faz uma comparação entre o passado e o presente de uma das claques consideradas mais violentas.


Marco Azevedo é um dos membros da claque do Futebol Clube do Porto, os Super Dragões. Sócio desde 1993, visitou vários sítios, entre os quais a Holanda.Como “qualquer adolescente do FCP, tinha o desejo de ir para a claque e, com a ajuda de um vizinho, inscrevi-me”.


Apesar da vida ter mudado, recorda com alguma alegria as viagens a Sevilha e Gelsenkirchen, porque “ a viagem de camioneta durou dois dias e aí se viu a nossa união e companheirismo”.


Pela parte negativa, destaca "os acontecimentos do Guimarães-Porto, de 95/96". No final deste jogo, Marco teve que "fugir pelos bairros de Guimarães por causa da violência".


Acerca dessa mesma violência, o jovem conhecido por "Paredes" diz que antes "podiam ser poucos, mas apoiavam bastante a equipa. Esta geração dedica-se mais à violência do que a apoiar o clube."


Sobre o caso de Carolina Salgado, Marco alega que é uma "trafulhice" e que "existem duas pessoas por trás do livro: Leonor Pinhão e o Sr. Luís Filipe Vieira". Conclui, ainda, que "vozes de burro não chegam ao céu e a verdade há-de vie ao de cima".


Muitos anos depois de se ter tornado "Super Dragão", Marco Azevedo continua nos estádios a apoiar a sua equipa.

A violência dos adeptos "é coisa do passado"

Apesar de todos os acontecimentos que têm envolvido a claque dos Super Dragões, o seu líder, Fernando Madureira, diz que já houve mais violência.

Não é a primeira vez que se ouve falar dos desacatos provocados por claques de futebol. Embora sejam consideradas uma das claques mais violentas, o líder dos Super, apelidado de “ Macaco”, relata que, apesar de tudo, “antigamente havia mais. Agora há muito mais controlo policial.” Esta opinião vai contra a de um membro da mesma claque, que diz que os jovens de hoje se dedicam mais à violência do que ao clube.

Considera, ainda, que o corte de relações que houve entre o Futebol Clube do Porto e a claque não teve repercursões nos actos violentos, até porque “houve mais violência entre 93 e 97”.

Sobre o filme baseado no livro “Eu, Carolina”, os portuenses não têm tido grande recepção. De tal modo que, Fernando Madureira, ao dar uma entrevista, disse que os actores correriam “risco” se fossem a essa cidade. Muitos consideraram uma ameaça, mas “Macaco” defende-se, alegando que “as pessoas não estão a lidar bem com a situação, porque o filme é contra o Pinto da Costa e contra o Porto."Quanto ao filme propriamente dito, considera uma “palhaçada, e nem merece qualquer comentário”.

Há 16 anos que Fernando Madureira pertence à claque, e ao tornar-se líder subiu o seu grau de responsabilidade, porque “tem que se lidar com muita gente. E quando há algo de mal, a Comunicação Social cai toda em cima de mim”.

Quaresma é o jogador de eleição de quase toda a massa associativa portista, e este membro da claque destaca a sua forma de jogar. Para Fernando Madureira, o “castigo” imposto por Adriaanse ajudou o “Harry Potter” “a crescer, tanto como jogador, como homem.”

Conhecido pela sua garra, um dos líderes dos SD continua a seguir o clube pelos vários Estádios e países que este visita.

Rui Orlando conversa com Jornalistas

Com a intenção de ter uma conversa com os estudantes de jornalismo, Rui Orlando esteve nas instalações do curso, no Porto.

Apesar de não ter estudado Jornalismo, começou cedo nesse campo. Aos 16 anos, fez um relato de um jogo em Cinfães com uma arma apontada à cabeça e aos 19 já apresentava "espaços desportivos na RTP". O jornalista afirma mesmo que aprendeu "em directo", embora admita que foi tanto inconsciência dele, como dos seus superiores.

Quando questionado sobre o maior desafio que já enfrentou, Rui Orlando responde "Vir para a SportTv com grande confiança da minha parte, mas que eu decidi abraçar, abandonando uma posição confortável que tinha em termos profissionais e pessoais."

Hoje coordena a actividade da SportTv no Norte, que é uma empresa "jovem, moderna, que dá liberdade aos seus profissionais, dá condições para desempenhar as funções ", mas que é necessário "ter noção que trabalhamos num universo da actualidade que interessa muito aos nossos consumidores e temos que lhes dar tudo da melhor forma possível".

Frente a algumas dezenas de estudantes, Rui Orlando falou de algumas das suas experiências e deu alguns conselhos aos futuros jornalistas.

Jornalismo Desportivo visita Letras

Rui Orlando, jornalista e coordenador da SportTv esteve na Faculdade de Letras para falar sobre a sua carreira.

Rui Orlando começou a sua palestra nas instalações de jornalismo dizendo que é necessário "desenvolver o conhecimento, saber e saber ser" para ser um bom jornalista, porque "quanto mais cultura tivermos, mais profundo é o nosso olhar e assim sentimo-nos mais seguros para fazer jornalismo."

O jornalista teve tempo para dar alguns conselhos aos estudantes: "devem estar preparados para viver com o poder, mas nunca ser o poder, porque é isso que nos mata".

Sobre trabalhar no jornalismo desportivo, diz que é "trabalhar num mundo emocional" onde não se pode "estar à espera de receber o reconhecimento do nosso trabalho".


Quanto ao desemprego, o coordenador de televisão opina que a parte desportiva tem uma "apetência forte dos consumidores" e, por isso, "de todos os estilos jornalísticos, é o que tem mais oportunidade".

Rui Orlando disse, ainda, que "há algumas resistências a olhar para o jornalista desportivo como se não fosse igual aos outros", embora diga que isso é "residual".

Com uma carreira de 16 anos, o coordenador e jornalista dispôs-se a eslarecer os alunos de Ciências da Comunicação sobre a carreira de jornalista na especialização desportiva.